Dia 01 de abril

 

 

Sermão do Monte - Parte XIV

"E, abrindo a sua boca, os ensinava...".

Mateus 5.2.

 

O sermão do monte é o marco que iniciou a caminhada de Jesus no seu ministério de ensino aos seus discípulos. Depois de separar seus doze apóstolos, percorreu toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino de Deus, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria. De sorte que o seguiam grandes multidões. Jesus, pois vendo as multidões, subiu em um monte e passou a ensiná-las sobre o Reino de Deus.

E abrindo a sua boca, disse-lhes: "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém". Mateus 6.9-13.

As coisas de Deus, como esta oração do Pai nosso, são tão grandiosas que jamais poderíamos conhecê-la totalmente. Na nossa pequenez, gostaríamos de compartilhar nesta oportunidade de coisas ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais a espirituais (I Coríntios 2.13). Como já citamos anteriormente, Jesus através do Pai nosso, nos ensina que a oração não é para pedir coisas, mas para buscar a Sua vontade: "seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu".

Primeiro Jesus nos ensina onde está o nosso Pai, isto é, nos céus: "O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo" Salmos 103.19. "O SENHOR reina; tremam os povos. Ele está assentado entre os querubins; comova-se a terra" Salmos 99.1.

Depois, o primeiro pedido é: "venha o teu reino". O segundo semelhante a este é: "o pão nosso de cada dia nos dá hoje". Aqui Jesus nos mostra bem claramente que a oração que devemos fazer ao Pai, não é de coisas, mas da Sua Pessoa: "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" João 6.35-37.

Esta é a Sua vontade: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" João 6.38-40.

Para entendermos mais claramente o que Jesus quer nos ensinar na oração do Pai nosso, vamos tomar o texto de Lucas 11.9-13, que diz: "E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?"

Se apenas olharmos para a expressão: "Pedi, e dar-se-vos-á", poderia ser interpretado que seriam coisas, mas as expressões seguintes nos esclarecem melhor quando diz: "buscai, e achareis; batei, e abrir-se-voa-á". O que pedimos a Deus em orações que depois achamos? São coisas? Claro que não; buscamos e achamos o Senhor: "Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o SENHOR" Jeremias 29.12-14.

 O que batemos e Deus abre? Coisas? Não, a sua porta: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" João 10.9. Na oração do Pai nosso, e neste texto de Lucas 11, Jesus está nos ensinando a pedir, a bater, e buscar uma Pessoa e não as coisas. O mesmo texto nos esclarece, porque aqui, Jesus se refere ao Espírito Santo: "quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?".

Jesus na oração do Pai nosso não nos ensina a pedir coisas, mas a revelação da Sua Pessoa em nós: "E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós" Lucas 17.20-21. "Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim..." Gálatas 1.15-16.

Esta é verdadeiramente a nossa necessidade, e o motivo de toda a nossa oração. Ao invés de pedirmos qualquer coisa a Deus, que tudo sabe, precisamos conhecer a nossa verdadeira necessidade que é Cristo: "Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém" II Pedro 3.18.

Existe algo muito mais precioso, e que está além das coisas: A revelação de Jesus Cristo em nós, e nEle todas as coisas: "Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera" Efésios 3.14-20. Amém. 

Retornar