Dia 05 de abril

 

 

Sermão do Monte - Parte XIX

"E, abrindo a sua boca, os ensinava...".

Mateus 5.2.

 

O sermão do monte é o marco que iniciou a caminhada de Jesus no seu ministério de ensino aos seus discípulos. Depois de separar seus doze apóstolos, percorreu toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino de Deus, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria. De sorte que o seguiam grandes multidões. Jesus, pois vendo as multidões, subiu em um monte e passou a ensiná-las sobre o Reino de Deus.

E abrindo a sua boca, disse-lhes: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom" Mateus 6.24.

Muitos cristãos pensam que a única coisa que faz oposição a Deus é o diabo, mas isto não é verdade. Satanás sempre esteve e estará debaixo do governo soberano de Deus, até ser lançado no lago de fogo: "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" Mateus 25.41. O único que verdadeiramente faz oposição a Deus é Mamon: as riquezas.

As riquezas são um laço para aqueles que não têm um coração novo; para aqueles que não foram regenerados: "Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus" Mateus 19.23. Ela também pode ser um laço para aqueles que procuram andar pela fé, e não tiveram ainda uma revelação clara de Deus: "Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" I Timóteo 6.9-10.

Todo homem que deseja ficar rico, ficará servo de Mamon, e ele é um senhor implacável, que exige total dedicação. Terá que dormir tarde, acordar cedo e comer o pão de dores, e outro é que gozará das riquezas que acumulou: "Há um grave mal que vi debaixo do sol, e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o seu próprio dano; porque as mesmas riquezas se perdem por qualquer má ventura, e havendo algum filho nada lhe fica na sua mão. Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão. Assim que também isto é um grave mal que, justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento, e de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, e enfermidade, e furor?" Eclesiastes 5.13-17. Ninguém pode servir a Deus e às riquezas disse Jesus. É impossível.

Não é o dinheiro que é o problema, mas sim o amor ao dinheiro que é a raiz de todos os males. Para o filho de Deus não há amor ao dinheiro, porque o seu coração não é mais corrupto. O que Mamon pode influenciar é no crescimento da vida cristã. A sedução das riquezas e depois os deleites que elas proporcionam podem sufocar a Palavra e não deixa que dêem fruto com perfeição: "E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição" Lucas 8.14.

Como vimos anteriormente, as riquezas não são para serem administradas, mas ministradas. Receber de Deus riquezas é um ministério. É para o serviço, e não para se tornar escravo delas: "De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria" Romanos 12.3-8.

Este ministério ou serviço é em favor da Sua Igreja. Cada um dos seus filhos, sejam homens ou mulheres, receberam dons segunda a Graça para serem exercidos em favor da Sua Igreja. Um deles é o de repartir: "Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem. Mas, não digo isto para que os outros tenham alívio, e vós opressão, mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade; como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos" II Coríntios 8.11-15.

Quem recebeu do Senhor esse dom, deve exercê-lo com liberalidade e não tomar para si: "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus" II Coríntios 9.6-11.

Para que seja exercido o dom, primeiramente tem de ser dado por Deus. Como podemos ver acima, ninguém pode dar o que não tem. Não é possível alguém repartir se não recebeu do Senhor. O grande problema é se Deus deu, e alguém tomar para si, como sendo seu, e começar a administrar essas riquezas. O prejuízo é se esse cristão perder de vista o propósito para que o Senhor lhe enriqueceu, e passar a se dedicar a Mamon. Caso isto aconteça, este cristão irá empobrecer; não de dinheiro, mas de se enriquecer no Reino: "Um dá liberalmente, e se torna mais rico; outro retém mais do que é justo, e se empobrece. A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado" Provérbios 11.24-25 *CMTHG.

Como podemos ver pela Sua Palavra, se alguém recebeu do Senhor mais do que é justo reter, é para toda beneficência. A riqueza não é para ser retida, mas é para exercer o gozo de dar que ela proporciona: "O cobiçoso cobiça o dia todo, mas o justo dá, e nada retém" Provérbios 21.26. Se alguém não o fizer, se tornará servo de Mamon. A verdadeira riqueza não é possuir muitos bens, mas sim ter o tesouro de Deus: Cristo. "Há alguns que se fazem de ricos, e não têm coisa nenhuma, e outros que se fazem de pobres e têm muitas riquezas" Provérbios 13.7.

Leia também o nosso estudo: "O Tesouro de Deus". 

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