A FESTA DAS CABANAS

 

 

Como nos ensina Paulo em Colossenses, no capítulo 2, nos versos 16 e 17, as festas de Israel são sombras, são figuras de Cristo. No 15º dia do sétimo mês, que para nós corresponde ao mês de outubro, porque no calendário judaico o primeiro mês é à partir de abril, da festa da páscoa, é comemorada a festa das cabanas, ou dos tabernáculos (Lev. 23.34). Esta é a última das festas anuais, das festas solenes para o povo de Israel mencionadas em Levítico 23, mas a primeira a ser referida por Deus depois da saída do Egito.

Isto porque a primeira jornada do povo de Israel, depois que saíram do Egito foi de Ramessés até Sucote (Num. 33.5). Sucote quer dizer 'cabanas', que tem o mesmo nome da festa das cabanas que em hebraico se chama 'sucot'. Isto nos traz algo revelador, porque depois da páscoa, que representa a obra sacrificial de Cristo na cruz, eles partiram no dia seguinte, isto é, dia 15 do primeiro mês, porque a páscoa foi no dia 14, de Ramessés e caminharam até Sucote. Isto nos ensina que à partir da regeneração, do nosso novo nascimento em Cristo que vem pela fé na obra sacrificial de Cristo na cruz, Deus quer que vivamos como Igreja, porque a festa das cabanas representa a comunhão de todos os santos, assim também como a comunhão final e eterna de Cristo e a Igreja.

Na festa das cabanas todos cortavam folhas de palmeiras e faziam cabanas no terraço, no pátio e no átrio do templo (Nee. 8.16). Nesta festa não se distinguia um pobre de um rico, um escravo de um livre, um jovem de um velho, um homem de uma mulher, casados, viúvas ou órfãos, mas todos eram um, um sem distinção. Assim é o coração do Senhor em sua festa após tomar um pecador como filho. A festa que começa no céu (Luc. 15.7), continua na comunhão dos santos, porque este é o sentido real da comunhão: uma festa solene.

Após a regeneração, a primeira jornada de um cristão é até Sucote, isto é, até a Casa de Deus, para estar em comunhão com os santos, na unidade do Corpo de Cristo, sem distinção alguma. Onde não há grego, nem judeu, escravo ou livre, bárbaro ou cita, mas todos são um em Cristo (Col. 3.11). Tudo aquilo que para o Senhor se tornou uma batalha, e depois em vitória, para nós terminou em festa. Sim, porque toda batalha para o Senhor resulta em festa para o seu povo.

Mas esta festa também nos traz mais coisas reveladoras. Como nos ensina João, no capítulo 1, no verso 14, quando diz que Jesus, que é o verbo que se fez carne, e habitou entre nós, no original grego significa que Jesus 'tabernaculou', ou habitou num tabernáculo entre os homens. Paulo também usa esta expressão para o nosso corpo quando diz: "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus" II Coríntios 5.1.

Mas esta festa também traz ainda algo revelador, porque ela é comemorada pelos judeus (seguindo o calendário lunar) agora em outubro, e pela data, seria à partir do dia 15. Isto revela a época do nascimento de Jesus, do tempo que ele tomou um tabernáculo, que é o primeiro dia desta festa e que ao oitavo dia foi circuncidado, que representa a festa do primeiro ao oitavo dia (Lev. 23.39).

Mas como a saída do Egito, ela representa a primeira para o Senhor e para nós na realidade, e a última festa também, porque ela trata da volta de Cristo. Esta festa é a última do ano onde havia muita alegria e regozijo. Por isso é comparada a uma festa de casamento, e em Apocalipse no capítulo 21, nos versos 2 e 3, nos diz que a Igreja virá adereçada como uma noiva para o seu noivo, e o tabernáculo de Deus estará com os homens. Aleluia! Este tabernáculo de Deus é Cristo, e esta será a última e permanente festa: A comunhão do Senhor com a Sua Igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Diáfana como o cristal, como o cristal resplandecente (Apoc. 21.11).

Como podemos ver, a festa das cabanas é a última das festas, mas em nossa jornada ou carreira cristã ela é a primeira que o Senhor quer que nós gozemos. Porque aquilo que está prometido para um tempo ainda distante, para nós pode já ser uma realidade presente. A comunhão com o Senhor e a comunhão de uns com os outros, na unidade do Espírito é uma realidade que o Senhor deseja para nós. O nosso primeiro acampamento depois da regeneração é Sucote, é a Casa de Deus, a Igreja do Deus vivo, e será a última pela eternidade, de muita alegria e regozijo.

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